Há muito tempo que nada linko – vou simplesmente lançando prosa eremita neste espaço de cercas altas onde me realojei há quase dois anos e ao qual comecei por suprimir ligações internaúticas e outra aparelhagem estatística. Fugia então do barulho, das interligações desproporcionadas, de um propósito generalizado de socialização virtual que no meu caso não era pretendido, e depois, das absurdas e claramente excessivas manifestações de afecto e proximidade de pessoas a quem nem sequer conhecia a cara. E porque o que aqui me continua a prender ainda é a escrita situei-me (sitiei-me) aqui na esperança de não voltar a sentir o gozo do escrever ser de novo escravizado pela necessidade compulsiva de me sentir lido.
Mas nada tenho contra os links, o link-vereda entenda-se, esse que nada tem a ver com as auto-estradas de leitores e reciprocidades com que se faz trânsito nesta blogosfera sábia, orgulhosa e barulhenta a que nada tenho para dar. De entre estas veredas que por vezes daqui se lança o Ma-schamba do Zezé irá ser(me) sempre o primeiro espaço a sugerir aos meus escassos visitantes. E este seu post não poderia impor melhor razão para ser linkado. Não porque eu seja um devoto leitor do João Ubaldo Ribeiro mas porque não poderia perder a oportunidade de, mesmo que traficando as palavras dos outros, lamentar a minha (quasi)eterna condição de obcecado pela rapariga loura.
28 de Julho, 2008 at 2:23 pm
não sou crítico literário, não me arrogo a juiz de prosa eremita. Ainda assim permito-me a uma consideração – válido texto mas afigurando a necessidade de alguma depuração. Pois não haverá por aí um “(quasi)” em demasia?
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28 de Julho, 2008 at 2:28 pm
nem o mais abnegado apaixonado pode arriscar qualificar-se na eternidade … é mera questão de cautelas JPT, o que aliás, negando-se à perenidade, fragilizando-se, só virá dar ainda mais força ao declame, no que decerto concordarás.
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28 de Julho, 2008 at 3:10 pm
bem … se é apenas humilde demonstração de (hipotética) imperfeição afectiva….
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28 de Julho, 2008 at 3:23 pm
sou eu que não me coloco lá, no relógio cósmico, e sem mim, mero habitáculo, como poderei eu clamar (mesmo que o amor) para além dos tempos? não se trata portanto de qualquer imperfeição, interstício ou ferrugência afectiva, que essa minha se reveste de titânio, mas tão somente de mim, esta pobre residência, esboroada e efémera, nada digna da tão vasta paixão pela (e repito e nomeio) tágide loura daquela livraria aos restauradores
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28 de Julho, 2008 at 3:48 pm
era a essa (tua) ontológica condição a que me referia. natureza pusilânime, a humana. mesmo que revestida por metais preciosos sempre ameaçada, ó angústia, pelo irredentismo oscilante
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28 de Julho, 2008 at 3:49 pm
Eu também achei mal o “quasi” mas enfim, está explicado com muita palavra de mais que duas sílabas (pelos vistos com a mão esquerda, ficaste verborreico como o jpt), o que dá sempre mais seriedade à coisa.
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28 de Julho, 2008 at 3:54 pm
(aposto que estás aí roído para escrever uma resposta rápida a clicar nas letras erradas com os dedos canhotos)
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28 de Julho, 2008 at 4:04 pm
verborreico? ó ilustre autor, que condição a deste claustro, que julguei local dedicado às belas letras e ocasionais artes, a de ser poluída por vis invectivas, assim mero local terreno, infecundo à mente. Sigo, demandando (link a link) outros aprazíveis pastos para minha alma
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28 de Julho, 2008 at 4:10 pm
Poizé, mas tamém tem gajas (o claustro do Zé), já sei, ma chatice…
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28 de Julho, 2008 at 4:12 pm
Link a link? Não eram “elos”?
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28 de Julho, 2008 at 4:16 pm
xô gente malvada, ide guerrear as verborróidas para outro lado, que este post (caso não tenhais reparado) é uma declaração romântica que se deve imaculada!
link a link ou elo a elo segui, mas respeitosos deste ardor que aqui se clama, sem mais
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28 de Julho, 2008 at 4:18 pm
link a link pois se está no registo sintáctico-vocabular do prestigiado eremita em causa
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28 de Julho, 2008 at 4:20 pm
Já num registo de análise sociológica há que concordar que a introdução do belo sexo no palco da reflexão lhe veio perturbar conteúdo e forma, questão da diferente natureza feminina, cuja dimensão telúrica reduz as ambições espirituais da gesta humana
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28 de Julho, 2008 at 4:21 pm
ermita? ermita é a escrita que aqui se escondeu! pois se me declaro apaixonado tu chamas-me ermita?! desmancham-me um post em menos de dois minutos caramba, e isso já é abusar da minha temporária deficiência física. Daqui a nada, a esquerda começa a comportar-se como deve, e começam é a sair umas acrahaldas!
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28 de Julho, 2008 at 4:23 pm
uma vergonha isto, ma vergonha!
ainda bem que era uma declaração platónica, sem risco portanto de ser levada ao conhecimento da ninfa, que vergonha
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28 de Julho, 2008 at 4:26 pm
E, ainda, regressando ao tema-mãe que aqui nos une, não deixa de ser surpreendente, mas é concordante com o imediatamente acima reflectido, que o texto do monge eremita termine com um profundo (e angustiado) lamento: “lamentar a minha (quasi)eterna condição de obcecado pela rapariga loura.”
Deste modo Zé, o reconhecido heterónimo lírico do épico Eufigénio Lagoa, confidencia a sua angústia pela algemas que a sua extrema sensibilidade lhe impõem. Ansioso por se espraiar nas aventuras ocêanicas da reflexão (a Razão moderna, que aqui desponta) e da Graça (a fé que o acompanha, e que faz experimentar ciclicamente pelo Mar Interior), o eremita-profeta sabe-se prisioneiro da condição humana
O sofrimento, agudizado pelas visitantes do claustro, tenta-o ao silêncio. Mas resiste. E bloga
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28 de Julho, 2008 at 4:33 pm
Gostaríamos de parabênizar a excelência do conteúdo e extrema forma deste blog e suas caixinhas de comments. Ficámos agora sabendo que o excelentissimo autor, Seu Zé, tem critérios elevados. Estará pois presente nas nossas cogitações futuras.
Cumprimentos, e até para o ano
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28 de Julho, 2008 at 4:42 pm
ora cum caneco!
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28 de Julho, 2008 at 5:15 pm
dize-lo bem …
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28 de Julho, 2008 at 5:15 pm
Concordamos, concordamos
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28 de Julho, 2008 at 5:25 pm
Pois é, o “lamentar” também não ficou lá muito bem…e aquela parte muita complicada do jpt que começa com “já num registo de análise sociológica” é o gajo a chamar-te apaneleirado, ó Zé, ou é da minha vista?!
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28 de Julho, 2008 at 5:26 pm
(ó JPT, aqui que ninguém nos ouve, tu achas que já conseguimos curar o maneta?)
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28 de Julho, 2008 at 5:32 pm
cntnuo cm algum diflicudade en screver com a cnahota
daqu a 1 mes qand stiver bom logo vus atndo, ok?
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28 de Julho, 2008 at 5:37 pm
ta miuot bem asissim, podser aviar a cleninetnela na bao, nõa te delscurples.
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28 de Julho, 2008 at 6:10 pm
Antes um maneta eremita que um ambidextro de marmita
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28 de Julho, 2008 at 6:12 pm
Antes o novo maneta / que de novo o velho zarolho
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28 de Julho, 2008 at 6:12 pm
Aquilo do “lamento” é que enfim, saiu-lhe um bocado amaneirado
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