Para que servem as palavras
se nem aos homens que agora me moram por dentro
se nem a esses assim tão perto,
têm destreza para me juntar.
Bastaria inventarem um intervalo morno de fim da tarde, porque não
e ali, ali umas cervejas, a molharem a galhofa
e claro, imensos risos a cruzarem o alvoroço de sempre
e imensas conversas
imensos futuros.
E depois, nós, tantos, nós já tantos
um clarão intenso dos homens que ainda iríamos ser,
em abraços de olhos quentes, mas já sem carne,
sempre com as mesmas palavras interrompidas
a despedir-nos de novo,
antes de partirmos
de vez.
E nós já tanto menos.
(porque são sempre tão bonitos os dias em que as minhas pessoas partem?)