das intimidades às fatuidades de cada um

À autora acho-a descomedida, (cada um tem o seu registo e inventa o seu avatar da escrita como bem entender; não estou aqui a julgar quem está por trás dos textos, que não conheço de lado nenhum, mas sim o mote da escrita, a única coisa sobre a qual me é legítimo pronunciar), mas nunca resisti a manter-me espiolhando o que escreve, pois no meio desse desaforo todo vão brotando coisas com que concordo absolutamente, como esta!


6 responses to “das intimidades às fatuidades de cada um

  • jpt

    Aqui, desculparás, mas discordo. Um tipo tem o direito a comover-se com as mortes massacradas ou famélicas, a dar a solidariedade aos pobres sudaneses ou aos putativos emparedados mineiros chilenos, aos vizinhos de Atocha? E depois não se pode comover com a morte de alguém que “cruzou”, ainda que como pessoa pública? Um blog é um diário: estou em Maputo, a entrar num café para um copo de fim de dia, recebo um SMS de um amigo daqui, daqui mesmo, nem emigrante é, que diz simplesmente “Miguel Portas morreu”. Comovo-me. Não gosto do homem público, não gosto dos ex-comunistas que sairam depois de ieltsin tomar o poder, não gosto dos BEs, a única vez que o vi foi em Maputo num grupo com o qual eu ia ter e arranjei maneira de me esquivar ao convívio, fui-me embora só para não ter que o cumprimentar. Mas morreu de cancro do pulmão, aquilo que tem ceifado vários dos meus, aquilo que me assusta entre-cigarros. Comove-me, e ainda mais que em Maputo um moçambicano me informe disso (é sociologicamente interessante). Não escrevi nada, mas podia ter metido algo. É prostituição da dor? Ou é diário? É diário, seja lá o que uma qualquer blogo-tia entenda

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  • surpreendes-me com o teu comentário. a preguiça não me leva aqui a contrapor sobre o que já é obvio que penso sobre isso de tornar íntimas as dores alheias. fica para conversa de algum pós-jantar. e nessa agenda, que aqui acrescento só para não nos esquecermos, ainda mais me choca os cronistas diários, tipos que até aprecio como o MEC, a deixaram em linhas de imprensa as suas mais profundas dores. alimento de quem? para quê? acho um absoluto absurdo isto das coisas que nos são tão ínitmas e pessoais serem trazidas à tipografia de um qualquer jornal, em jeito de relato. nem sei qual a disfunção maior, se a dos que as tomam como deles, ou a dos que recebem a jorna da escrita, grafando-as em jornais públicos, e aqui nãos e fala de desabafos de blogs, mas de peças que são pagas, a enorme infelicidade e intimidade de uma situação a servir de mote, a alimentar, a inspiração de mais uma crónica que às 18h tem de ir para a forja. mas lá está, é coisa que não tem razão de lado nenhum, apenas diferentes sensibilidades.

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  • bipolar

    quando o sasseti morreu, passei por estes dois lados

    sim, não, talvez

    a conclusão a que cheguei, é que sim as homenagens na norte justificam-se. Se silêncio houvesse, chocaria

    mas também chateia ver quem em vida nunca lhe ligou chavo, de repente, virar membro de clube de fãs

    as homenagens fazem-se em vida E morte
    quem só se lembra das pessoas quando morrem está errado
    mas quem se lembra delas só em vida, está bem, mas podia estar melhor

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  • bipolar

    na norte = na morte

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  • oh amigo LC, o amigo andou por aí em visita espeleológica ao blog todo!

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  • Anónimo

    todo, todo não.
    que não sou assim tão lambão

    (partindo do principio que o LC, é para mim)

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