Um texto que nunca chegou a ser escrito, uma tela velha de branca, um naco de madeira sem um jeito de formão, não deixarão de ser o que sempre foram. E sendo isso, nesse estado óbvio e paralisado do que não lhe fizemos, são também a prova do que nunca serão. Quantos ventres de destinos murchamos de cada vez que simplesmente nada fazemos? Quantas ideias de futuro assassinamos por minuto até que nos sobre apenas este, o único, o provável, aquele que nada pede mais que esta preguiça ignava que nos carrega por diante? Para quê mais, para quê mais que um texto que nunca chegou a ser escrito, para quê um traço de tinta numa tela velha que há de envelhecer ainda mais sem que ninguém se importe, para quê inventar afinal – e tanto trabalho, tanto barulho – se não for o implausível?
28 Outubro, 2014
Para quê inventar se não for o implausível?
By Ze
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6 responses to “Para quê inventar se não for o implausível?”
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29 de Outubro, 2014 at 10:22 am
o que entende por «implausível»?
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29 de Outubro, 2014 at 10:32 am
Caro/a anónimo,
Eu apenas trato do vestir das palavras; deixo o despir dos significados ao leitor. Para significados mais formais há naturalmente o google que, melhor que eu, os explica.
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29 de Outubro, 2014 at 11:31 am
Zé, era eu, a Céu Mota (esqueço-me sempre de me identificar)
O seu texto é fantástico e por isso fiquei presa à palavra «implausível» porque o seu significado formal não encaixa naquilo que eu esperava do contexto do discurso. Para si, inventar será algo que não é suposto ser aceite pelos outros? desculpe, é que adorei o seu texto mas esperava um outro adjetivo.
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29 de Outubro, 2014 at 2:28 pm
Ja eu amarrei-me a ele assim que comecei a inventar este texto e ja nem o consigo trocar por melhor. Apuremo-lo. Venham dai sugestoes.
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29 de Outubro, 2014 at 2:31 pm
Inventar sera aquilo que nao e expectavel pelos outros e ate por nos?
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31 de Outubro, 2014 at 5:36 pm
agora fui eu que me esqueci de assinar… os dois comentários acima.
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